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quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Jornal FloripaCobertura em tempo real Número de miseráveis cresce pela primeira vez no Brasil desde 2003

Número de miseráveis passou de 10,081 milhões, em 2012, para 10,452 milhões, em 2013. São 371 mil pessoas a mais vivendo como indigentes.



Pela primeira vez em dez anos, dados do Governo Federal mostram que o número de miseráveis cresceu, no Brasil.
Os números estão no banco de dados do Ipea, Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada, vinculado à presidência da República, e mostram que a quantidade de pessoas em situação de extrema pobreza aumentou pela primeira vez no Brasil, desde 2003, interrompendo uma trajetória de redução contínua da miséria.
O número de miseráveis passou de 10,081 milhões, em 2012, para 10,452 milhões, em 2013. Um aumento de 3,7%. São 371 mil pessoas a mais vivendo como indigentes. Ou seja, não conseguem comprar comida em quantidade suficiente para se alimentar conforme as recomendações da Organização Mundial da Saúde e da Organização das Nações Unidas para a alimentação e agriucultura.
Já o número de pessoas pobres diminuiu 5,4%. Caiu de 30,3 milhões, em 2012, para 28,6 milhões, em 2013. São 1,6 milhão de pobres a menos. São considerados pobres os que têm o dobro da renda da linha de miséria.
Os números foram calculados a partir da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, a Pnad do IBGE, e incluídos no banco de dados do Ipea no dia 30 de outubro, logo após a eleição presidencial. Antes do segundo turno, o Ipea tinha decidido suspender a divulgação de estudos alegando que eles poderiam influenciar o processo eleitoral.
A decisão provocou o afastamento do pesquisador Herton Araújo da diretoria de Estudos e Políticas Sociais, do Ipea. Ele queria analisar as estatísticas, mas foi voto vencido na diretoria do Instituto e pediu exoneração.
Nesta quarta-feira (5), o Ipea disse que os dados são divulgados à medida em que são processados pelos técnicos. Em nota, afirmou que, no ano passado, foram divulgados em novembro. O ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos afirmou que o estudo do Ipea não é oficial.
“É um levantamento feito pelo Ipea, como existem várias linhas, não é uma linha oficial, tá certo, entre várias linhas e o que eu vou dizer, o que eu digo é o seguinte: os dados das duas últimas Pnads eles são dados muito bons, eles mostram um avanço fantástico, um crescimento da renda per capita de 5,5%”, diz Marcelo Neri, ministro da Secretária de Assuntos Estratégicos.
Para o estudioso da pobreza no Brasil Manuel Thedim, do Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade, o aumento do número de miseráveis é bastante acentuado e se deve, em parte, ao aumento da inflação. “Quem não tem dinheiro sequer para comprar a quantidade adequada de alimento, eles vão se alimentar pior. Então, é muito mais grave a inflação para os mais pobres”, disse Manuel Thedim.

O Ministério do Desenvolvimento Social afirmou que a pobreza extrema não aumentou. E que os dados revelam "flutuações estatísticas dentro da margem de erro".

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