Nesta quarta-feira, assim como doze anos atrás, era o adversário que
precisava da vitória. Só que o Santos atrasou a subida do vestiário em quatro
minutos do horário marcado para a partida começar. O árbitro então não permitiu que os jogadores se aquecessem mais
em campo, ordenando-os a se perfilarem para a execução do Hino Nacional
imediatamente depois de posarem para a fotografia.
Em uma das jogadas ofensivas, Neymar foi desarmado por Willian no meio-campo
e propiciou perigosíssimo contragolpe. O Corinthians saiu com tudo de trás, e a
bola passou pelos pés de Jorge Henrique, Danilo, Alex e Paulinho até ser
devolvida para Willian, que chutou rasteiro da entrada da área, mas sem força,
facilitando a defesa de Rafael.
Outra rara chance do Corinthians, depois de seguidas subidas do Santos, foi
através de bola parada na meia direita, aos 20 minutos. A barreira esperava
cobrança de Chicão, mas Alex bateu rapidamente na tentativa de surpreender
Rafael. Mas o goleiro estava esperto e pulou no canto esquerdo para espalmar a
escanteio.
Quatro minutos mais tarde, Fábio Santos ficou com sobra pouco à frente da
área e rifou a bola. Um lance atípico que deixou clara a estratégia defensiva da
equipe mandante – ou apenas de seus jogadores, já que o técnico Tite se
esgoelava à beira do gramado pedindo a eles que subissem a marcação.
Mantendo-se da linha do meio-campo para frente, o Santos quase abriu o placar
em chute de Juan defendido por Cássio, após bola atrasada por Ganso. Aos 35
minutos, sim, o time visitante inaugurou o marcador. Neymar deixou Fábio Santos
no chão e abriu na direita para Alan Kardec cruzar rasteiro. Borges desviou no
meio, e Neymar ainda deixou a bola tocar a trave esquerda antes de empurrar à
rede.
A calma então virou pressa, e o Corinthians se lançou à frente.
Mas não conseguiu balançar a rede no primeiro tempo graças a Rafael. O goleiro
santista espalmou cabeceio de Jorge Henrique aos 45 minutos e segurou a
diferença mínima parcial até a descida para o intervalo.
No intervalo, Tite sacou Willian para a entrada de Liedson e certamente
sacudiu seus atletas. O Corinthians voltou muito diferente para o segundo tempo
e empatou o jogo aos três minutos do segundo tempo. Alex cobrou falta da ponta
esquerda, a bola atravessou a área sem ser cortada pela defesa e caiu para
Danilo. Ele dominou e chutou firme, estufando a rede de Rafael, para delírio do
banco corintiano, que a essa altura já contava com o diretor Roberto de
Andrade.
Inflamado e novamente com o placar favorável, o time da casa continuou
marcando na frente. Aos oito, Paulinho chutou bola pela lateral, e Adriano deu
início a uma breve confusão. O volante santista empurrou um gandula que
pretendia atrasar a reposição de bola, e os corintianos só não foram para cima
do adversário porque Tite não os deixou.
A marcação adiantada persistiu por algum tempo e começou a cair por terra na
metade do segundo tempo, pouco depois de Paulinho acertar a trave direita e ver
o assistente apontar impedimento. Neymar procurou bola em todos os espaços do
campo, porém a retaguarda corintiana fechou-se bem e mostrou o porquê de ter
sido vazada só três vezes no torneio, um dos principais motivos para que a
classificação inédita à Libertadores fosse selada no apito final de Leandro
Vuaden
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